20/05/2012

BIDI -- O ABSOLUTO - Parte II -

"A Presença seria aquele que tomou 
consciência do ator, do espectador, 
da poltrona e do teatro..."
Imagem: Flickr
BIDI - Parte II

Questão: foi questão da etapa final do Si, quem seria a Presença. O que é em relação a essa imagem de cena de teatro?

A Presença seria aquele que tomou consciência do ator, do espectador, da poltrona e do teatro, mas ele ainda não saiu do teatro, portanto, ele não pode ver que o teatro não existe.
Apreenda, efetivamente, quando eu digo «ver», é bem além do ver.

Questão: você me disse para colocar-me na Eternidade e na Verdade, mas eu constato que há descuidos, hábitos que impedem de viver isso. 

Isso é falso. 


Você não é seus hábitos.

Você se lava, todas as manhãs. 

Você come, todos os meio-dias. 

Você vê as mesmas pessoas, geralmente, toda sua vida.

São hábitos.

É seu ponto de vista que não funciona. 

Você se coloca no hábito. 


Nada há que possa impedir, bloquear, fixar o que você É e o que você não é.

Nenhum hábito, qualquer que seja, é um pretexto válido.

É a personalidade que crê nisso e que lhe sugere que são os hábitos que o impedem de ser o que você não é.

É falso.  

Isso deve ser recusado.  Um hábito não será, jamais, eterno, mesmo se ele se reproduz.

O hábito cria um vício para a personalidade, mas, em caso algum, obstrui o Absoluto. 

O que você diz ilustra o que vocês dizem, muitos de vocês.

Vocês querem trabalhar na personalidade.

Vocês querem trabalhar no que vocês conhecem.

Não há que trabalhar no que conhecem.

Há apenas que vê-lo, pelo que é.

Há apenas que se dar conta, não compreender.

Há apenas que apreender que vocês nada são de tudo isso.

Não é sua vida que deve mudar. 

Não são seus hábitos. 


São vocês.

Mas vocês não são seus hábitos.

Quando eu digo vocês ou você, eu me dirijo ao Absoluto.

Vocês são identificados ao que fazem.

São identificados ao que lhes faz a vida.

Nenhuma identificação ser-lhes-á de qualquer ajuda.

Eu me dirijo a vocês a partir do Absoluto.

Se isso não lhes concerne, fechem seus ouvidos.

Mas, se isso lhes concerne, abram bem seu Coração.

Quando eu fui encarnado, no sentido em que vocês estão, eu tinha hábitos. 

Muitos. 


Eu diria, mesmo, mais.
O hábito, agradável ou desagradável, não pode obstruir o que você É, ainda menos que o evento inesperado, porque o hábito é muito conhecido, e o que é muito conhecido passa de sua consciência.

Quando você conduz seu automóvel, será que você pensa em apoiar sobre um pedal, ou será que isso se faz sozinho?

Mais uma razão.

Um hábito libera-o, geralmente. 

Não é por isso que seja necessário tomar maus hábitos, caso contrário, vocês vão sofrer.

Esse corpo vai sofrer.

Mas lembrem-se de que um hábito, geralmente, desvia sua consciência do que é vivido no hábito e, de algum modo, libera sua consciência para outra coisa.

Aquele que não tem hábitos dispende muito mais energia, 
vitalidade do que aquele que tem hábitos.

Portanto, não se queixem de seus hábitos.

Não se queixem de nada. 

Façam o que a vida pede-lhes. 

Mas vocês não são o que fazem.


  Aí também, é um estratagema do ego, que vai fazê-los crer que, porque vocês têm um cônjuge que é mau, um filho que é terrível, impostos a pagar, que vocês não têm o espírito tranquilo e isso os afasta.

Isso os afasta do Si, mas não do Absoluto.

Ele jamais está afastado.

Questão: em francês, refutar significa repelir uma ideia, provando sua falsidade. É uma definição que se aplica à refutação, tal como vocês a apresentam?

Inteiramente. 

Sirva-se da lógica da personalidade.

Por exemplo, quando você diz: «o Sol levanta-se», porque você o vê levantar-se, o que observa o Sol levantar-se?

Se é você, onde você está?

Aquele que está ao oposto da Terra o Sol deitar-se, ou ausente.

Quem diz, verdadeiramente?

Isso é efêmero. 

Nada há de mais efêmero do que um dia ou uma noite.

É preciso refutar o que é efêmero.

Não a vida. 

Porque tudo o que muda não pode ser Real. 

O Real não pode mudar.


  É por isso que o hábito pode ser, de algum modo, uma aproximação ou, em todo caso, você está mais próximo do que você É, do que você não é no hábito, que lhe concerne.

O Sol tem o hábito de levantar-se.

Você sabe se ele vai levantar-se amanhã?

Pela probabilidade, você vai responder: sim. 

Mas o que é a probabilidade, no Absoluto? 

Uma incerteza.

O Absoluto pode apenas ser certeza.

Olhem em nossas trocas, entre nós, hoje.

  É, sempre, a personalidade que procura dirigir, porque ela quer apreender-se, ela quer compreender, ela quer assimilar. 

Vocês não são o recipiente. 

Vocês não são uma forma precisa. 


Vocês são o conteúdo (em meu exemplo anterior: o ar). No exemplo do ouro: vocês não são a joia, vocês são o ouro: isso dá uma sagrada diferença.

A partir do instante em que vocês qualificam um objeto, vocês perdem o próprio sentido da essência.

Vocês entram em uma forma, uma definição, uma caracterização.

Tudo o que tem forma, tudo o que é caracterizado, tudo o que é identificado não é real.

Questão: numa troca entre dois humanos, que é preciso refutar para que a relação com ou o outro não implique qualquer distância?

É preciso refutar o humano. 

É preciso refutar a relação. 


É preciso refutar
a distância. 


Tudo depende do que você procura.



Se você me fala, dizendo que procura a harmonia nessa relação, isso não corresponde, de modo algum, ao Absoluto.

O Absoluto não se importa com uma relação.

O Absoluto, em definitivo, não se importa com sua forma humana, mas ele permite essa forma.

Ele permite tudo. 

Ele nada exclui.


Você não pode estabelecer relação no Absoluto, porque nada é separado. 

Nada pode estar em relação


A relação, no sentido humano, como no sentido em que vocês a vivem, talvez, leva-os a viver a ausência de separação.

Tudo o que foi nomeado, pelos Anciões, a Comunhão, a Fusão, a Dissolução, tudo isso são experiências que podem favorecer a mudança de ponto de vista.

O Absoluto é muito simples, mas ele lhes pede o sacrifício final.

Se vocês não estão prontos, fiquem no Si porque ele não tem que estar pronto.

 Não há distância. 

Não há tempo. 


Não há mundo. Portanto, como uma relação poderia existir em algo que não existe?

Percebam isso e, unicamente, depois, vivam a relação, porque vocês não serão mais implicados.

E tudo o que não implica permite uma melhor Realização, porque vocês não definem a relação com referência à sua experiência passada, em relação aos seus desejos, quaisquer que sejam.

Nenhuma relação pode permitir-lhes ser Absolutos.

Nenhuma comunhão pode permitir-lhes ser Absolutos.

Melhorar isso ou aquilo, favorecer isso ou aquilo não concerne ao Absoluto, não concerne ao que você É, mesmo se você creia nisso.

Questão: quando é dito «fique tranquilo», isso faz referência a um estado de meditação?

Certamente, não.

Questão: ou a um estado ou está-se, simplesmente, tranquilo, ou mesmo letárgico?

Nem um, nem outro.

Fiquem tranquilos, não é uma interferência no que se desenrola.


Ainda uma vez, é mudar de ponto de vista.

Nenhuma meditação conduz ao Absoluto.

O terror da morte pode ali conduzir mais facilmente.

O sofrimento extremo pode ali conduzir mais facilmente do que a paz da meditação. 

A meditação é, de algum modo, uma farsa, ela também.


Tudo depende de seu objetivo.

Para o Si, é perfeito.

Para o Eu, é perfeito, também, porque aquele que medita estará mais calmo, ele verá mais claramente, na vida que ele vive.

Mas será que seu objetivo é ver claramente o que você vive em sua vida?

Ou deixar viver sua vida, viver-se e ser o que você É?

Não é, de modo algum, a mesma coisa. 

Ficar tranquilo não é nem ser letárgico nem ser ativo, é deixar fazer-se o que se faz, porque você não é o que se faz.

Você acredita que é você que o faz.

Você acredita que é você que decide: divorciar-se, casar-se ou fazer não importa qual ação, mas você nada é de tudo isso.

Tome consciência de que, através de sua questão, como todas as questões, há apenas a persistência daquele que crê poder obter algo, superar algo.

O Absoluto não é nem uma aquisição, nem uma superação, não é, mesmo, uma transcendência. 

Olhem e vejam tudo o que vocês conhecem. 

O Absoluto não está ali. 


Ele o inclui, é claro. 

Mas isso os incluem na Ilusão e não no Absoluto.

É preciso excluir-se, mas excluir-se não é retirar-se da vida, bem ao contrário: é excluir-se de todas as crenças efêmeras.
É não ser implicado, mas fazer.
O Absoluto revela-se desse modo a vocês.

Mas, enquanto vocês creem, de um modo como de outro, que têm que avançar, que têm que melhorar, enquanto vocês creem que são tributários de qualquer fator de evolução, de qualquer melhoramento, de qualquer tempo ou de qualquer espaço, vocês se enganam a si mesmos.

De fato, é o ego que os engana.

E ele os levará, sempre, a becos sem saída, a impasses, a zonas cada vez mais sombrias.

É isso que é preciso ver.

Questão: o acolhimento, a aquiescência manifestam o Absoluto?

O que é que você quer acolher?

A que você quer aquiescer?

Você pode acolher a Luz. 

Você pode acolher o Cristo.

Você pode acolher seu marido ou sua mulher.

Mas você não pode acolher o Absoluto. 


Você não pode acolher o que você É. 


Você não pode aquiescer ao que você É, uma vez que isso É. 


No sentido de sua questão, há, sempre, a noção de possuir. 

  Não se possui o Absoluto.

Não se vai para ele.
 
Não se descobre-o.

Ele se descobre, a partir do instante em que você expulsou todo o resto.

Já, mesmo o fato de pensar que você pode acolher o Absoluto, considera que você é um recipiente.

Você não é um recipiente.

Você é Absoluto.

Portanto, como você pode aquiescer ou acolher o que você já É?

Questão: se convém refutar o medo, deve-se refutar todas as emoções?

O que é uma emoção?

Isso passa.

Tudo o que passa, passará.

Isso não é o Absoluto.

Sobretudo, a emoção, porque a emoção tende a identificá-los ao que vocês vivem.

Quando vocês dizem: «estou em cólera» ou «estou triste», é claro que há uma identificação.

Mas, aí também, vocês não podem dizer que não experimentam uma emoção que se manifesta.

E o tempo que você a refuta, a emoção já terá passado. 

Uma emoção não pode durar, mesmo se há um fundo de cólera, mesmo se há um fundo de tristeza, mas, naquele momento, não é mais a tristeza/emoção.

Você não é mais sua alegria do que seus medos, seus prazeres do que seus medos.

Olhe passarem as emoções.

Elas não são você. 

Elas obedecem apenas ao que já foi construído.

É uma reação a algo.

Você não é nem a ação, nem a reação, nem o fazer.

Ficar tranquilo é, também, isso.

Não é deitar-se e esperar o fim de algo.

Eu volto, nisso, à mesma coisa: é o ponto de vista que muda.

Onde vocês estão?

O que vocês olham?

O que vocês fazem?

Quem é que olha?

Quem é que faz? 

Questão: a refutação e a crucificação são a mesma coisa?

A crucificação dá dor.

A refutação não dá dor.

A crucificação implica a morte e a ressurreição.

A refutação faz morrer apenas o que é ilusório, nas crenças, mas não faz desaparecer o saco de alimento, até prova em contrário.

Não acrescente pregos ao que é doloroso: esse corpo.

No plano simbólico ou histórico, a Crucificação é sobrevida, para o Cristo, de uma Ressurreição em um corpo diferente, um Corpo de Glória.

O Absoluto não é isso.

O Absoluto não se preocupa com corpo algum, mesmo o Corpo de Glória. 

Isso não concerne a ele.

Questão: a encarnação é a única coisa que não se pode refutar? 

Você não pode refutar o que está sobre esse mundo.

Eu repito, a refutação permite apenas mudar o ponto de vista.

É um movimento que o conduz a estar imóvel.

Refute tudo o que é efêmero.

Sem qualquer exceção. 

Mas, se a refutação que você pratica leva-o a deixar o que quer que seja, isso não é da refutação. 

A refutação é lógica.

Ela não é feita para sofrer.

Ela não é feita para outra coisa que não tirá-los das ilusões, dos apegos.

Não é porque você refuta a encarnação que ela vai desaparecer.

Ela desaparecerá, efetivamente, sozinha, sem que você se ocupe dela.

Não se coloquem questões sobre o modo de refutar.

O objetivo da refutação é um jogo que deixa lugar livre para o que você É, ao «Eu sou», também, e ao não Ser, em seguida, se você está de acordo com isso, para refutar o Si.

Nada há de obrigatório. 

Não é um objetivo. 


Mas a vivência prova que, se vocês encontram um ser Liberado, ele não pode mostrar-lhes o Absoluto, ele não pode Liberá-los.

Mas o que ele lhes diz – suas questões e as respostas – facilita o que vocês São, facilita o não Ser.

Eu não me dirijo a todos aqueles que me leem ou que me escutam. 

Poucos de vocês podem escutar-me e ouvir-me, porque muitos se têm em seu ego. 

Muitos se têm em sua Realização, em seu Despertar. 


Enquanto vocês têm o que quer que seja, vocês não são Absoluto


O Absoluto nada tem: ele sustenta. 


Mas não são vocês que sustentam. 


O Absoluto sustenta absolutamente tudo. 


Sustentar não é ter.


Justamente: é estar abaixo, inaparente, invisível, ao que tem. 

É, efetivamente, além da causa.

Eu diria que é o que sustenta a causa: para além da aparência, para além da lógica, para além da explicação ou da compreensão.

Nesse mundo, vocês podem apenas analisar o que é esse mundo (seja pela ciência, pelos sentidos, pela experiência).

Lembrem-se: o Absoluto não é uma experiência.

Não é, tampouco, um estado, uma vez que é um não estado.
Enquanto vocês colocam, a si mesmos, uma questão (eu não falo de nossas trocas, mas enquanto, em si mesmos, existe uma questão, uma única), vocês não são Absoluto.

O Absoluto não está nem na questão, nem na resposta (aquela que vocês colocam a si mesmos ou as respostas que aportam a si mesmos).

Aí também, é um ponto de vista que está fora desse mundo, fora de sua causalidade.

O que vocês consideram como ser da vida – sua existência, o fato de existir – é, já, estar fora dela.

O Absoluto não está nem fora nem dentro: ele está por toda a parte.

Ele sustenta tudo.

Vocês não podem vê-lo como Absoluto, mas vocês podem, perfeitamente, ver o que é não Absoluto. 

Não há jogo de palavras aí. 

É a própria evidência. 

Questão: de onde vem meu impulso de não mais reencarnar-me, de fundir-me na Fonte?

Mas quem reencarna?

Quando você diz: «eu me reencarno», é falso. 

Porque você fala, necessariamente, do «Eu».


O «Eu» não se reencarna, jamais: ele é efêmero. 

Ele não o segue, mesmo, de vida em vida.


É a personalidade que se transforma e que desempenha papéis.

Afirmar que o «Eu» não quer reencarnar-se é presunçoso.


Você nada tem a querer.

Todo querer é oriundo da personalidade, na qual todo Impulso vem da Alma, mas não do Absoluto.

O Absoluto não tem impulso.

Portanto, enquanto você exprime um movimento (uma vontade, um desejo), você não está no presente.

Se você se instala no presente (e na Presença), não pode ali haver desejo. 

No «Eu sou», já, é vivido que a reencarnação não existe.

Ela concerne apenas a «Eus» sucessivos.

O Absoluto não é concernido – a Existência tampouco – pela reencarnação.

Exprimir um desejo não basta para vê-lo realizar-se.

Isso vocês o saberiam, já, nesse mundo.

Então, como você pode imaginar, em outro mundo (ou outro estado), que isso seja possível?

Será que você pensa que vai levar seu desejo ou seu Impulso quando o corpo tiver desaparecido?

É falso.

Você nada leva.

Você leva apenas arrependimentos que não serão, jamais, preenchidos.

É preciso expulsar o desejo, ficar tranquilo, aí também, porque tudo o que você deseja é, necessariamente, considerado e vivido como exterior a você e, portanto, como uma busca, como uma procura.

E, além disso, que você reporta a algo que você não conhece.

Portanto, você projeta, já, no Desconhecido, seu conhecido.


Isso não pode funcionar assim.

É impossível.

Eu diria, mesmo, que é o inverso. 

Abandone o conhecido, e o Desconhecido estará aí.


Nada há a querer, porque o que quer é ligado ao próprio princípio da projeção, porque considerado como faltando, no «Eu», como no Si.

A falta não concerne ao Absoluto. 

O desejo, ainda menos.

Continuemos.

Não considerem que vocês dizem tolices, porque o fato de dizê-lo suprime-as.

Questão: quando você evocou o acolhimento e a aquiescência, senti arrepios na nuca, nas costas e na bacia. O que é? 

É o Duplo. Renuncie a si mesmo e verá.

As questões e as respostas não são questões e respostas.

Simplesmente, nós limpamos o conhecido.

Nós tiramos.


E, quando o conhecido não está mais, o que há ali?


O Desconhecido.

Deixe, aí também, viver-se o que se vive.

Não procure explicar, nem compreender.

Viva-o. 

Assim que você explica – ou compreendevocê não o vive mais: você sai da vivência.

É preciso sair da vivência, mas não pela explicação, não pela compreensão: pelo deixar fazer.

Você não é concernido.

Só o Si é concernido.

Não o Absoluto. 

Questão: quando CRISTO disse «eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida», isso significava dizer «eu sou Absoluto»? 
Não. «Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida» pode conduzi-lo ao Absoluto.

Sem ali conduzir-se.
«Eu e o Pai somos Um», é o Absoluto.
Ele (e o Duplo) é Absoluto. A FONTE é Absoluta e está incluída no Absoluto. 

Mas a FONTE não é o Absoluto.

Enquanto há um caminho (qualquer que seja), vocês subentendem um caminho, uma melhoria.

Isso conduz ao Si, mas, certamente, não ao Absoluto.

A Verdade, sim (como «eu e o Pai somos Um»).

A Vida, sim, mas a Vida Eterna, aquela que não conhece a morte (não essa vida).

Ele queria mostrar-lhes que nada pode pôr fim à Verdade e à Vida. 

E, sobretudo, não a morte, senão, não é a Verdade, não é a Vida.

O CRISTO é um molde, um modelo, não que seja preciso seguir, mas que é preciso integrar.

Não é a mesma coisa.

É uma Consciência que pode fazer dizer: «eu e o Pai somos Um: Absoluto».

O CRISTO apresentou-lhes um modelo (ou um molde) ideal para esse mundo.

Ele havia dito: vocês não podem seguir um molde ou um ideal.

Vocês o encarnam ou não.

O Absoluto não é modelo algum.

Ele é bem além de tudo isso.

Questão: um ouvido que zumbe, ao ouvi-los, tem um significado específico?

Sim, mas viva-o. Não vou fazê-lo sair do zumbido dizendo-lhe porquê.

Absorva.

Se eu lhe explico, você sai.

Se eu não lhe explico, você vive a Vida.


Um dos Anciões falou-lhes do Som, para além de todo som, que é o testemunho – ou o tradutor – do Absoluto.

Eu não diria mais.

Viva o Som.

Não observe o Som.

Supere-o, de algum modo.

Aí também, como há pouco, supere o que acontece em suas costas.

Lembrem-se de que, assim que vocês querem uma explicação sobre o conhecido (qualquer que seja), é o ego que se exprime.
Mesmo o Si não tem necessidade de explicação: ele É.
É como se o «Eu sou» perguntasse por que ele era e por que ele é.

Apreendam, efetivamente: quem faz a pergunta?

Quem tem necessidade de explicações sobre o que é vivido, mais do que vivê-lo?

Se você se funde no Som, você se torna o Som.

Não há mais distância.

Mas se você se coloca uma questão sobre o Som (sobre o sentido do Som), você se afasta.

Questão: GEMMA GALGANI esclareceu, ultimamente: «ousem nada ser, ousem ser tudo». O que supõe «ousem»?

É o mesmo princípio que para o Absoluto.

Se eu lhe digo: «ouse ser o que você É, o Absoluto», obviamente, é ousar.

Ousar é superar-se, transcender-se a si mesmo, superar o «Eu», superar o Si, para aceder a outra coisa, sabendo que esse acesso não é uma passagem (propriamente dita), que a Porta é imaginária.

É o Ego que coinstruiu a Porta. 

É o Si que construiu a Porta.

Se você ousa nada ser: é a refutação.

Então, você ousa ser tudo: é o Absoluto.

Ousar nada ser é ousar ser tudo: o ponto de vista, simplesmente, mudou.

Ousar não é um esforço. 

Ousar não é um trabalho. 

  Ousar é uma superação e uma transcendência que o faz superar a superação e a transcendência.

Enquanto você não ousa (qualquer que seja o qualificativo que se ponha por trás), o que isso quer dizer?

Que o medo impede de ousar.

Ousar é ser liberado do medo.

É não mais ser retido por nada, nem nada projetar.

É a Vida e a Verdade.

Questão: ter consciência do medo do neant basta para superá-lo?

  Sim. Porque o medo do neant vai desencadear o quê?

Uma angústia.

Onde nasce a angústia?

Certamente, não no Absoluto.

Certamente, não no Si.

Mas, justamente, nas resistências da pessoa.

O neant pode conduzir (como eu disse, como o sofrimento), muito mais facilmente, a ser Absoluto, do que a meditação, porque a meditação é um ponto de referência e um quadro (mesmo o mais agradável).

O neant e a angústia (ou o sofrimento) não apresentam quadro.

Porque, onde vai parar o neant?

Onde vai parar a angústia?

Onde vai parar o sofrimento?

Quando isso lhes acontece, vocês não o sabem, uma vez que são angústias intoleráveis, sofrimentos intoleráveis.

Não há limite.

E tudo o que é sem limite os faz sair do conhecido.

Questão: para pôr fim à necessidade de analisar as sensações do corpo, pode-se dizer: «eu refuto essa necessidade de analisar»?

Não. 

Você refuta a sensação.
Você vive a sensação, mas você não é a sensação.

É preciso ir além da Vibração, além da Energia.

É claro que há o que vocês nomeiam Onda de Vida, Kundalini e tudo isso.

Mas o Absoluto está além de tudo isso.

Você não leva seu Kundalini, uma vez que é o que você É: ou seja, a Onda de Vida.

Se você observa, você está na distância.

Mesmo se ela nasceu, é preciso ir além.

Observar é colocar-se à distância: é aquele que olha o teatro.

Ele olha o filme ou a farsa.

É preciso ir além.

Portanto, é preciso não mais ocupar-se.

E, aliás, disseram-lhes: a Onda de Vida não tem necessidade de vocês.

Nada tem necessidade de vocês.

É ilusório crer que vocês têm necessidade de vocês, para realizar o que vocês São, já.

Nada há a realizar que já não esteja.

Crer que vocês vão Despertar, Acordar, Realizar-se ou Liberar-se é uma ilusão.

Vocês o São, já. 

Só o ego diz-lhes o inverso.

Apreendam isso.

Não procurem compreender, mas desloquem-se.
Tornem-se imóveis e vocês verão tudo do mesmo modo. 
Vocês estarão ao centro. 

Eu o disse: o centro é o que sustenta todo o resto.
É o que vocês São.

Vocês não são tudo o que se desenrola nesse templo (ou esse saco, qualquer que seja o nome que deem).

Isso se produz.

  Isso é normal, se vocês o vivem, e normal, se não o vivem.

Não se coloquem a questão.

Deixem viver-se o que se vive.

Seu corpo não tem necessidade de vocês para respirar.

Ele não tem necessidade de vocês para digerir.

Ele não tem necessidade de vocês para funcionar: ele funciona.


Façam a mesma coisa para as Vibrações, as Energias, porque, enquanto vocês observam, é como para o teatro: vocês estão, ainda, no teatro.

Não temos mais perguntas, agradecemos.

Bem, Bidi rende graças ao Amor que vocês São:

Absoluto.

Até uma próxima vez de seu tempo.
Até breve.




Post. e Formatação

Semeador de Estrelas

Traduzido e Divulgado Por: 
Célia G.
Leituras Para os Filhos da Luz

Fonte da Imagem: Flickr

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