05/12/2014

HILDEGARDE DE BINGEN - O Silêncio -

"O Silêncio substitui, de maneira formal, a ação/reação pela Ação de Graça".

Eu sou Hildegarde de Bingen.

Por Cassandr
23 novembro 2014

Irmãos e Irmãs em Cristo, comunguemos...

Eu venho a vocês, neste dia, trazendo a vibração do Fogo e do Triângulo do Fogo.

Eu venho falar-lhes das virtudes do Silêncio e permitam-me declamar o que é o Silêncio.

O Silêncio de que falo não é o silêncio exterior, mas o Silêncio interior.


Esse Silêncio no qual não existem nem visões, nem nada mais que possa desviar-nos, por si só, do Silêncio.

O Silêncio é vacuidade; o Silêncio é evidência; o Silêncio é o lugar no qual pode eclodir a Verdade.

Então, é claro, o silêncio exterior nada é para obter o Silêncio interior.

Fazer cessar os barulhos externos não basta para estabelecer o Silêncio.

Estabelecer o Silêncio é estar vazio de pensamentos, vazio de desejos, vazio de emoções, vazio de história e vazio de qualquer antecipação.

Esse Silêncio interior é o silêncio da alma em curso de dissolução, em curso de desaparecimento.

O Silêncio, que aparece como vazio para a pessoa, é Plenitude para Cristo.

O Silêncio é, de algum modo, o que permite ouvir o canto do Coração, que não é outro que não o canto do êxtase ao qual eu os convido, através do que eu mesma recebi há muito tempo, em minha encarnação.

No Silêncio revela-se a Música das esferas e o Coro dos Anjos; no silêncio a esse mundo, no silêncio de reivindicação a esse mundo encontra-se a Paz.

O Silêncio é evidência e paz.

O Silêncio é paciência e resignação.

O Silêncio é o âmbito atemporal do que é sempre, de toda a Eternidade.

O Silêncio é como a superfície da água de um lago que é penetrado pela luz e os raios do Sol, sem fazer ondas, sem fazer barulho e sem reagir.

O Silêncio é esse momento que prepara a passagem do efêmero à Eternidade.

Ver claramente, quer seja com a visão do Coração ou a visão dos olhos de carne, não faz diferença alguma.

Para ver claramente, é preciso que haja Silêncio, ou seja, o que é visto, o que quer que seja visto, não pode ser, de maneira alguma, perturbado por qualquer manifestação que seja, por qualquer interpelação que seja e qualquer projeção que seja.

O Silêncio estabelece a Paz, e é uma necessidade, no momento de toda mudança, de toda transformação e de toda transcendência.

O Silêncio está fora do tempo, e não pode ser encontrado no tempo comum de sua vida, mas, bem mais, quaisquer que sejam suas atividades nesse mundo, o instante em que isso se faz sem sua intervenção e sem sua participação.

O Silêncio é o esposo da Graça.

O Silêncio é o canto do Amor.

O Silêncio é a plenitude de sua Presença, ampliada por sua própria ausência.

O Silêncio é a antecâmara, também, da Criação, a fonte da emergência do curso de Vida e do Amor.

O Silêncio é um canto silencioso, um canto que não faz barulho, mas um canto que põe em ressonância e em acordo todo princípio de dualidade.

O Silêncio permite, também, não interferir, por qualquer componente que seja, do que vocês são nesse mundo sobre o que vocês são, em Verdade.

O Silêncio acompanha a Paz, o Contentamento e o Amor.

O Silêncio aparece a partir do instante em que sua pequenez e sua ignorância nesse mundo sejam, realmente, vividas e compreendidas, tanto com o intelecto como com a vivência do Coração.

O Silêncio é o reino da pureza e da transparência porque, quando há Silêncio, nada pode ser parado, nada pode ser modificado e tudo é perfeito.

Estar no Silêncio assinala, em você, de maneira indelével, o fim de toda busca, como de toda esperança, porque não há o que esperar no que já está presente, há apenas que vivê-lo.

O Silêncio não porta qualquer olhar nem qualquer julgamento nesse mundo, mas permite impregnar-se dos mundos da Verdade.

É nos espaços de meus Silêncios porque, mesmo para mim, a oração fervorosa é, antes de tudo, um Silêncio, antes de ser um pedido, e é nesse Silêncio, nesse estado de ignorância, nesse estado no qual eu me dissolvi em meu esposo bem amado, que o Conhecimento autêntico pode fluir como livro aberto, sem esforço, sem reflexão e sem alteração.

O Silêncio é o tempo no qual se realiza a alquimia sublime da Obra no Branco, que os conduz a essa brancura imaculada, na qual toda diferenciação está ausente, porque o Amor é a única coisa de visível e que está por trás de todo o resto.

O Silêncio conduz ao êxtase e, depois, o Silêncio conduz ao íntase e, em seguida, o Silêncio os conduz à sua Existência, à sua Eternidade.

O Silêncio é a ausência de reação ao que é vivido nesse corpo.

O Silêncio é uma união de liberdade com a Liberdade.

O Silêncio no interior, procurado em primeiro lugar, isola-os, inteiramente, do barulho exterior e coloca-os em contato com o íntimo da Vida e a essência da Vida.

O Silêncio revela a Graça.

O Silêncio os faz passar do êxtase ao íntase, do íntase ao casamento e do casamento ao desaparecimento na ilusão.

O Silêncio torna você presente a si mesmo e, sobretudo, presente a Ele.

O Silêncio é viver sem história, sem passado e sem futuro.

O Silêncio concorre para fazê-lo descobrir a eternidade do instante presente.

O Silêncio pacifica o Coração, se ele estava agitado, o Silêncio encontra a voz do Coração.

O Silêncio permite, enfim, ao Amor verdadeiro, não, unicamente, fluir de você, mas ser você.

O Silêncio é o atributo da Morada de Paz Suprema.

O Silêncio é a marca da Compaixão, do Amor verdadeiro, da Comunhão e da Fusão autênticas.

O Silêncio não é, unicamente, a oposição ao barulho, em um âmbito de dualidade.

O Silêncio é o representante da Unidade em ação, em sua Presença e em seu Ser.

O Silêncio é Alegria.

O Silêncio é relação direta entre os diferentes componentes, ao mesmo tempo, desse mundo e fora desse mundo, que os compõem.

O Silêncio regula-se por si só, tanto a carne como a energia da carne, como a energia de seus planos sutis.

O Silêncio é um bálsamo quando o coração sofre.

Nós, humanos, temos tendência a considerar que exprimir o sofrimento escoa-o, não é nada disso.

A expressão reforça o sofrimento, o Silêncio digere e transmuta o sofrimento.

No Silêncio não há lugar para qualquer fogo, a não ser a resistência da alma ou do corpo.

Quando o Silêncio está aí, há Paz e há, também, concordância entre a Existência e o corpo de carne.

O Silêncio é florescimento, revelação da verdade, vista em todas as suas facetas, na mesma Verdade.

O Silêncio é a dinâmica do Espírito.

O Silêncio permite ao Espírito Santo ancorar-se no mais profundo de sua carne, e ao seu Ser emergir, nessa perfeição.

O Silêncio é a prova de que você parou de girar em círculos nas vicissitudes desse mundo.

O Silêncio é, portanto, evidência da Unidade, mas esse silêncio, eu repito, não é o silêncio das palavras, mas, sim, o Silêncio interior, no qual nenhuma ideia, nenhum pensamento, nenhum elemento pertencente ao conhecido pode tocar ou emergir da consciência.

O Silêncio é, portanto, consciência pura.

O Silêncio é Felicidade.

O Silêncio é o lugar no qual se tem a nova Trindade.

Estar em Silêncio concorre para sua aproximação do não Ser, do Absoluto, do Grande Todo.

É do Silêncio que se elabora toda Criação, toda recriação e toda transformação.

O Silêncio substitui, de maneira formal, a ação/reação pela Ação de Graça.

O Silêncio põe em evidência o que, no interior de seu ser efêmero, pode destacar, iluminar o que pode estar escondido em uma história, em um sofrimento, qualquer que seja.

O Silêncio é o ponto de equilíbrio entre o efêmero e o Eterno; ele concorre, portanto, para esse ponto de equilíbrio, na passagem.

O Silêncio é aquiescência à Verdade, aquiescência à Eternidade e desaparecimento de toda dualidade.

O Silêncio é, de algum modo, o Amor em ação e em manifestação nesse mundo, aí, onde você colocou os pés.

O Silêncio cresce, em vocês, progressivamente e à medida que vocês se apagam como pessoa e aparecem como soberano integral reunificado na Verdade do Ser, de sua dimensão de Filho Ardente do Sol.

O Silêncio é desvendamento da Pureza do Amor e da essencialidade do Amor.

Estar em Silêncio é, também, olhar-se a si mesmo, não na algazarra do que você dá a ver ao mundo, em suas aparências, funções e papéis, mas, bem mais, o Ser que você é quando está despojado ou você despojou a si mesmo de tudo isso.

Ninguém pode penetrar o Reino dos Céus, disse Ki-Ris-Ti se não volta a tornar-se como uma criança.

A criança vive a espontaneidade, tanto da exuberância como do silêncio, por sua posição de criança.

Se você faz calar, apenas o tempo de uma respiração, todos os barulhos interiores, então, revela-se, inteiramente, a magnificência do contentamento de Amor, do êxtase e do íntase e da união mística.

Essa união mística que é o mistério dos mistérios, que permite viver como o Um torna-se Dois e como o Dois torna-se Um.

O Silêncio é o ritmo de seu coração, que alterna dois tempos para mostrar apenas um tempo.

O Silêncio é respiração, respiração do ritmo da Vida.

O Silêncio, você é meu refúgio de paz.

O Silêncio, você é a certeza do que eu sou.

O Silêncio é a evidência do Amor.

O Silêncio, você é o guardião de meus males e o guardião de meus erros, porque no Silêncio tudo é visto: o Ser que você é como todos os jogos na superfície desse mundo.

O Silêncio é, portanto, a evidência da Paz, a evidência do Amor, a evidência da União e a evidência da Liberdade.

Você pode estar no Silêncio mesmo falando, mesmo cantando, a partir do instante em que ele é espontâneo, a partir do instante em que as esferas da Criação exprimem-se, mesmo nesse mundo.

Qualquer que seja a arte ou a técnica, ela é ampliada pelo Silêncio.

Estar no Silêncio interior é desaparecer para o Si, desaparecer para o ego e aparecer na majestade de Cristo.

O Silêncio é o contrário da agitação e da exuberância.

O Silêncio permite colocar os atos e ampliar o que você faz, se você o faz nesse Silêncio.

O Silêncio é, enfim, Liberdade; Liberdade de criação, Liberdade de conhecimento direto.

O Silêncio é Liberdade total porque ele nos levará, sempre, à evidência do Coração, evidência do Coração que vem fazer calar as veleidades de dualidade, as veleidades do que é limitado e que não quer desaparecer.

O Silêncio é a arma a mais perfeita do Amor, porque o Silêncio faz render as armas a toda resistência e a toda contradição.

O Silêncio concorre para a Verdade porque a Verdade apenas pode exprimir-se quando há Silêncio.

O Silêncio é, também, a antecâmara da dissolução do efêmero, do desaparecimento da alma e da revelação do Espírito e do conjunto da consciência que os constitui, no conjunto de planos e dimensões.

O Silêncio torna fácil o que aparece como difícil.

Então, a questão que você deve colocar-se a si mesmo e a ninguém mais: você está no Silêncio, qualquer que seja o barulho do mundo, quaisquer que sejam as contradições desse mundo e quaisquer que sejam suas próprias contradições?

O Silêncio é, também, a evidência de sua própria correção.

Estar no Silêncio, viver o Silêncio interior é mostrar e demonstrar-se, a si mesmo, sua aptidão ao Abandono, sua aptidão à própria passagem, aquela da Porta Estreita, como aquela do que vocês nomeiam a morte.

O Silêncio é capitulação do ego e do que é limitado, porque o Silêncio cria as condições de todos os possíveis.

O Silêncio permite-lhe, enfim, estar em acordo com sua própria vida e seu desenvolvimento.

O Silêncio permite fazer cessar, justamente, a interrogação sobre o futuro porque, no Silêncio, ele já veio e não deixa mais lugar para qualquer outra possibilidade que não aquela que é a sua.

O Silêncio permite, enfim, tanto à Luz quanto à vitalidade, circular livremente no espaço do Templo interior como no espaço de toda carne que os compõe.

O Silêncio é, enfim, a cura e a restauração da felicidade.

Então, minhas Irmãs e meus Irmãos, permaneçamos juntos nesse Silêncio interior que eu acompanharei com o Silêncio de minhas palavras, para que a presença seja nua e inteira.
Agora.

No Silêncio interior, a Luz Branca é onipresente, ela preenche tudo e preenche vocês da evidência de quem vocês são.

No Silêncio no qual emerge a Luz Branca que preenche tudo, dissolvem-se todos os contrários e todos os opostos na mesma Felicidade de Cristo.

Assim, nesse Silêncio e nessa brancura, eu permaneço com vocês.

Assim, nesse Silêncio, o Fogo do Amor pode abrasar o Espírito, que é, ele próprio, Fogo de abrasamento.

Mas esse Fogo não morre e não queima, ele é como um leite ou um mel que apazigua o que deve sê-lo.

Até logo, eu sou 
Hildegarde de Bingen.




Post. e Formatação
Semeador de Estrelas

http://semeadorestrelas.blogspot.com

Traduzido e Divulgado por:
Célia G.
Leituras Para os Filhos da Luz


Transmitido por
Cassandra do Brazil
Fonte: http://www.lecollectifdelun.com/t3290-HILDEGARDE-DE-BINGEN-23-novembre-2014.htm

Um comentário:

  1. Boa noite Semeador,
    Essa mulher foi e sempre será absolutamente fantástica!Sua música incrível, de uma sonoridade única e toda a sua sabedoria das esferas superiores,fazem dela uma grande Mestra espiritual.Quem ainda não conhece sua história e sua música ,não sabe o que está perdendo...uma mulher á frente de seu tempo,com certeza.Esse post vem afirmar isso de uma forma esmagadora.Simplesmente divino.Meus parabéns!Abraços

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