12/10/2016

Bidi - Perguntas/Respostass - (6)

Satsang Setembro 

"Tudo o que provém do efêmero arrastará 
você para o efêmero".
Bidi por: 
Bidi (Reply)
Bem, Bidi está com vocês.
Questão: a noção do Si, mesmo se ele pareça vivido por momentos, continua vaga.

Isso não parece ser um obstáculo para vivê-lo, porque explicá-lo concerne ao mental, no entanto, é um obstáculo quando se trata de partilhar essa noção.

Mas o Si não pode partilhar-se nem comunicar-se, ele pode apenas ser vivido do interior, quando você está, justamente, despoluído da identificação a qualquer relação que seja, a qualquer identificação que seja, a qualquer história que seja, a qualquer concepção que seja.

Viver a paz é aceitar esvaziar-se de tudo o que obstrui, não como um esforço, como algo, ao invés disso, que é visto e aceito.

Assim que haja sentimento de falta, de não compreensão, de não vivência, de não instalação no Si, o que faz tela é a pessoa, nada mais.

Não há qualquer obstáculo exterior, não há qualquer limite corporal.

É um déficit de visão, não de percepção, eu repito, não de vibração.

Quando sua visão compreender que nada há a ver, você encontrará sua vacuidade, mas, enquanto você se apoiar em seu conhecido, o desconhecido permanecerá desconhecido.

Essas palavras são simples, é a pessoa que filtra, que interpreta e que modifica a simplicidade.

Não há necessidade de inteligência, não há necessidade de experiência, há, simplesmente, necessidade de «ser».

E ser não se embaraça, eu repito, com qualquer referência a qualquer experiência que seja, mesmo a mais gratificante para a pessoa.

… Silêncio…

Seguinte.

Questão: a sequência à questão é: você pode esclarecer essa noção e voltar a dar-nos os marcadores da vivência do Si?

A permanência do Si traduz-se, como eu já disse, por uma capacidade de acolhimento do que a vida joga na tela da consciência, sem interrogações, sem apropriação, sem justificações, na liberdade a mais total.

Tudo o que provém do efêmero arrastará você para o efêmero.

É a ação-reação desse mundo, são as ocupações que você tem nesse mundo, que lhe permitem, como você diz, viver ou sobreviver, mas que nada têm a ver com o que você é.

Você tem que viver isso, mas ali você nada encontrará.

É preciso aceitar isso para, justamente, liberar-se disso.

Os marcadores do Si são a inabalabilidade, a incapacidade para duvidar, a incapacidade para sair da paz, a incapacidade para considerar-se, unicamente, como uma pessoa, a incapacidade de acreditar no que quer que seja.

No Si permanente, não pode existir qualquer lugar para qualquer medo.

A alegria é permanente, a paz é permanente, o que quer que viva esse corpo e o que quer que viva esse efêmero.

Você não está mais, de algum modo, preso por qualquer elemento e qualquer experiência que seja, você permanece ao centro.

Você não é perturbado nem pela doença nem pela morte nem pelo futuro nem pela falta nem pela abundância.

Você é independente, portanto, das circunstâncias desse mundo, mesmo estando nesse mundo; nada recusa, nada procura, porque nada há a procurar.

Aí está o Si, e em nenhum outro lugar.

… Silêncio…

Seguinte.

Questão: quais são os marcadores do Absoluto?

São os marcadores do Si com, além disso, a vivência de que esse Si nada mais é do que um reflexo, um pálido reflexo da Verdade, manifestável na ilusão, mas que nem sempre é a Verdade, mas uma verdade relativa, como disse Anael que, ele mesmo, é relativo.

O Absoluto não conhece nem objeto nem forma nem entidade, mesmo se a entidade esteja aí.

O Absoluto não pode cair na armadilha, de modo algum, pelo Si, enquanto o Si é passível de cair pela própria pessoa.

O Absoluto, o Jnani vive a pessoa, o Si, mas sabe que tudo isso representa apenas jogos, apenas ilusões efêmeras.

O que quer dizer o Si para aquele que é Absoluto?

Nada mais do que um jogo.

O Absoluto, o Jnani, o Liberado aceita tudo, tanto sua morte como sua vida, tanto seu desaparecimento como seu aparecimento.

Porque sabe que ele não é isso, sabe que ele é o Todo e bem mais do que o Todo e suas partes.

Ele nada reivindica, ele nada transmite, ele deixa, simplesmente, a palavra fluir, porque ele sabe, também, que mesmo suas palavras desaparecerão.

Ele não é mais identificado ao seu próprio corpo como à sua alma, como ao seu Espírito.

O Jnani é liberado de toda forma, de toda dimensão e de toda consciência, mas ele aceita, de qualquer forma, o jogo, enquanto o jogo desenrola-se.

Mas ele não é enganado, ele vê claramente, ele pode, mesmo aparecer, é claro, como menos estabelecido do que outros no Si, porque o Si não interessa a ele, ele sabe que é, também, efêmero.

O Absoluto não faz discursos, o Absoluto não faz reflexões, ele deixa, simplesmente, exprimir-se a palavra, tal como ela quer exprimir-se.

Ele não se apoia em uma apropriação, na necessidade de desempenhar qualquer papel que seja, mas aceita desempenhar qualquer papel que seja, mas não é, jamais, prisioneiro dele, nem tributário.

Ele sabe que é, ao mesmo tempo, esse corpo, ao mesmo tempo, esse efêmero, mas, também, bem mais do que isso, porque ele o viveu, e que isso não é traduzível em palavras, porque é um mecanismo íntimo do qual nada pode ser dito, mas do qual se pode observar os efeitos, efetivamente.

Vocês sabem, pertinentemente, que, além do antropomorfismo, além da forma, mesmo em mundos nomeados livres, há a Fonte, o Brahman.

Mas a Fonte, ela vem de onde?

Do mesmo modo, de onde vocês vêm?

O que constitui sua identidade pessoal é apenas o resultado de uma reunião de células, de carne, que se fez e que se desfará.


Como esperar a mínima permanência aí dentro?

Ora, o Absoluto é permanente, ele sempre esteve aí, ele é, sempre, vivido, mesmo se você diz que não o vive, porque você procura vivê-lo e ocupado a procurar vivê-lo, você não o vive, jamais.

Pare a busca e o tempo parará, e você sairá do tempo, nada recusando, aceitando tudo e transcendendo tudo.

… Silêncio…

Seguinte.

Questão: olá…

Olá.

Questão: eu tenho zumbidos que me causam problema.
Você pode dizer-me algo sobre isso?

Quem é incomodado?

Qual é esse vocábulo médico que corresponde, já, no nome, à noção de um ataque?

Quem está incomodado?

A pessoa.

Então, mude de palavras, mude de terminologia e coloque-se a questão não do zumbido, mas, verdadeiramente, de quem é incomodado e o que é que isso incomoda, ao invés de querer tratar ou fazer desaparecer um zumbido, que não é um.

Mude de questão e volte.

… Silêncio…

Seguinte.

Questão: Como se sabe se se é liberado vivo?

Isso não é algo que se possa saber, nem mostrar-se, nem demonstrar-se; é a certeza do que você é.

Enquanto há questão sobre isso, você conclui, necessariamente, que você não é livre.

O Liberado vivo não pode colocar-se a questão de sua Liberdade, ela é adquirida, ela é evidência, a cada sopro, a cada respiração, ela é inabalável, ela não tem necessidade de nada demonstrar.

A partir do instante em que você se coloca a questão, você não é liberado vivo.

Basta olhar como você vive o que tem a viver, aqui mesmo; basta olhar o que se manifesta na tela de sua consciência, em sua vida.

O Liberado vivo não é limitado, exceto, é claro, por esse corpo, mas o Espírito nele é livre, ele flui, livremente.

Não é seu Espírito, mas o Espírito Universal, a Fonte.

Ele não é mais identificado a qualquer pessoa que seja, a qualquer entidade que seja, ele a nada está submetido.

Não pode existir a mínima crença no que quer que seja.

Não pode existir a mínima projeção de qualquer evolução para uma Liberação.

O Liberado vivo não cria qualquer história, qualquer cenário, e não é tributário de qualquer vida.

Ele é «A Vida».

Ele encontrou sua Morada, ele pode ali refugiar-se, ali recarregar-se, mesmo ao praticar as atividades as mais comuns, a cada instante e, aliás, é o caso.

Qualquer que seja a manifestação de sua consciência, qualquer que seja a experiência que se vive, ele não é enganado.

O Liberado vivo não tem necessidade de qualquer conhecimento, porque ele é o verdadeiro Conhecimento.

Esse Conhecimento não se apoia em qualquer tradição, qualquer religião, qualquer ensinamento: é a plena disponibilidade da Vida, em qualquer disponibilidade da Vida, em qualquer experiência que seja, como em qualquer mundo que seja, porque ele sabe muito bem que ele nada é de tudo isso.

Ele sabe por tê-lo vivido, isso não é uma crença, é uma verdade intrínseca e é a única.

Ele não se prende a nada, ele não é preso por nada, mesmo se a pessoa que está viva obedeça às regras, às convenções, às obrigações, sem qualquer dificuldade, mesmo se, por vezes, ele possa reclamar, como qualquer pessoa.

Mas, aí também, ele não é enganado.

Se você está disponível no instante presente, qualquer que seja a percepção, qualquer que seja a vibração, qualquer que seja o desagrado ou o agrado de minhas palavras, você supera isso e descobre-se, a si mesmo.

Você deve parar o motor do sofrimento, não como se você quisesse fazer alguma coisa, mas desincrustar-se de toda noção de falta, de toda noção de história e de toda consciência.

Uma vez basta, real e concretamente, e é simples, cada vez mais simples.

… Silêncio…

Seguinte.

Questão: você poderia falar-nos do verdadeiro guru?

Continua Bidi (7)








Post. e Formatação
http://semeadorestrelas.blogspot.com
12/10/2015

Tradução e Divulgação 
Célia G. 

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