08/10/2015

BIDI - Perguntas/Respostas - (5)

Satsang Setembro de 2015

"Desapareça de si mesmo e a Luz, nela mesma 
e por ela mesma, modificará o que 
está alterado".

Bem, Bidi está com vocês.

Continuação

Questão: lembranças de infância ressurgem nesses tempos, e são sistematicamente vistas como observador, depois, apagam-se por si só.
Algumas voltam várias vezes, por quê?

O acesso ao Si e a permanência no Si necessitam da eliminação de tudo o que pertence à memória, de tudo o que pertence às projeções.

Assim, portanto, é perfeitamente observável, para inúmeros de vocês, que elementos que pertencem à pessoa apresentem-se à sua consciência.

Não há que parar ali, não há que se identificar ali, há apenas, como você o faz, que observar.

Não há porquê, tampouco.

A vida aparece e a vida desaparece.

Essa é a característica do que é efêmero, do que não dura, do que não é a Verdade.

Esvaziar-se da pessoa não é fazer um esforço, é, simplesmente, observar, refutar e deixar passar.

Não se preocupe com o número de vezes em que isso lhe é apresentado, deixe fazer o que se desenrola, contente-se em estar aí, onde você está, consciente de sua eternidade, isso lhe permitirá, então, manter essa permanência do Si.

O que quer que se desenrole na tela de sua consciência, deixe-o desenrolar-se, porque você não é isso.

Nada há a procurar, apenas observar e deixar passar.

Qualquer que seja o número de vezes em que isso lhe seja apresentado, a vacuidade, o Silêncio é o apanágio do Parabrahman, que nada tem a ver com sua parte limitada e efêmera.

Por sua conduta nesses momentos em que se manifesta essa memória, ou qualquer outra projeção, depende a facilidade de permanência no Si.

A consciência deve desengajar-se por si mesma de toda identificação a uma forma, a uma história, a um passado ou a um futuro.

É isso que vocês vivem, uns e outros, de diferentes maneiras, mas que os remete ao efêmero para, de algum modo, reforçar a Eternidade.

Não há explicação precisa a dar, porque ela nutriria a pessoa.

Ora, você não é essa pessoa.

Você não é, mesmo, aquele que observa.

Isso você descobre, você o vive, cada um em seu ritmo, seja pela repetição, seja pela fugacidade do que se desenrola na tela da consciência.

Ir à fonte da consciência não é refazer o caminho ao inverso, mas, bem mais, ter-se aí, inteira e integralmente, o que transcende, assim, a noção de história, a noção de pessoa e a noção de memória, assim como as projeções.

A Verdade, assim, desvenda-se, ela sempre esteve aí, mas ela é como que iluminada, por vezes, de maneira violenta, por vezes, de maneira suave, mas não se preocupe com a maneira.

O objetivo não é esse.

Aceite que não haja qualquer objetivo, permaneça simples, de nada se apreenda, deixe vir a você e, do mesmo modo, deixe partir de você.

Não reaja e não intervenha.

… Silêncio…

Seguinte.

Questão: quando de seu tratamento, meu corpo colocou-se, progressivamente, em início de estase, a ponto de não mais poder mover nem braços nem pernas, até abaixo da cabeça, com uma dor intensa no braço esquerdo.
Não é a primeira vez que isso se produz.
Pode-se diminuir essa dor?

Por que todo o corpo não é concernido pela estase?

Você pode ajudar os rins a restabelecer-se?

O processo que você nomeia a estase é a revelação progressiva, a colocação a nu do efêmero como tal.

Isso corresponde a um movimento da periferia para o centro, cujo ponto de partida é, no entanto, efetivamente, o coração.

As zonas as mais distantes apagam-se, de algum modo, primeiro, e, portanto, os braços e as pernas.

No que concerne à sua saúde, a pessoa quereria, efetivamente, curar; a Eternidade nada tem a ver com a cura.

É claro, há uma noção de conforto, mas o conforto da pessoa é muito limitado em relação ao conforto do Si.

Quando o Si estabelece-se pelo desaparecimento da consciência nas extremidades, então, o retorno ao centro pode fazer-se tranquilamente, a partir do instante em que você não intervenha, a partir do instante em que você não procura, a partir do instante em que você não queira, a partir do instante em que você nada peça.

Desapareça de si mesmo e a Luz, nela mesma e por ela mesma, modificará o que está alterado.

Se isso não se modifica, é que corresponde ao projeto da Luz e absolutamente não ao projeto da pessoa.

Cabe a você ver, cabe a você escolher.

Deixe-se ganhar pelo que você descreve, não se preocupe com o resto; o resto basta-se a ele mesmo e vai para onde a Luz quiser.

A medicina concerne à pessoa e à consciência limitada, mas não à Eternidade.

Libere-se da doença, libere-se do sofrimento, não por um ato deliberado da pessoa, mas por uma rendição à Graça total.

Não se interrogue sobre o porquê e o como, nem sobre a origem nem sobre o fim, porque sua consciência prova-lhe, a você mesmo, que a Eternidade é tocada e vivida.

Instale-se aí, onde tudo é Graça, qualquer que seja a evolução ou o futuro desse corpo.

Deixe-o reparar-se, deixe-o expulsar dele o que não tem que estar ali.

Assim é explicada a dor de seu braço.

É claro, em algumas doenças, há necessidade de vigilância, de supervisão, de medição.

Isso é uma regra.

Mas você, quem você é nisso?

Você é esse corpo doente ou você é o que se apresenta à sua consciência, em suas relações com a Eternidade?

Posicione-se, de uma vez por todas, e deixe trabalhar e demonstre-se à sua eternidade a própria potência da fé.

É, portanto, para você, uma inversão de paradigma, que põe fim a toda luta, a toda resistência e a toda oposição.

O que se manifesta, em sua consciência, é apenas o resultado do peso respectivo do Eterno e do efêmero.

Cabe a você definir e ver onde você se situa.

Isso não concerne, é claro, unicamente, à sua doença, mas a todas as doenças, quaisquer que sejam.

Aquele que vive a Eternidade, quer seja no Si ou no Absoluto, não se preocupa com o que vive, naturalmente, ou seja, esse corpo que apareceu e que desaparecerá.

Não inter-reagindo mais com esse corpo, ele possuirá, nele, suas próprias sementes de cura ou de desaparecimento.

Tanto em um caso como no outro, não há que apegar-se a um resultado ou a uma vontade.

Isso não é uma renúncia, não é uma negação, isso não é uma refutação, mas é a realidade de seu posicionamento.

No que você vive, no acesso à Eternidade, encontra-se a solução.

Mas não raciocine como uma pessoa em relação a isso, mesmo se a pessoa tenha necessidade de ocupar-se, de medir, de controlar.

É o papel dela.

Mas você não é aquele que controla, que mede e que verifica.

Posicione-se mais perto do centro e esqueça-se da periferia.

Não projete mais a sua consciência, permaneça imóvel, permaneça tranquilo, desapareça de si mesmo, desapareça de toda experiência, ainda que apenas um instante, e você constatará, por si mesmo, os efeitos nesse corpo e em seu efêmero, qualquer que seja o resultado.

Supere o mundo das causas, supere a causalidade, supere sua própria questão.

Qualquer que seja a evolução da dor, do sofrimento ou da doença, a partir do instante em que você estiver firmemente ancorado em sua eternidade, nada do efêmero poderá aparecer como contrário à sua eternidade.

O que eu percebi, quando da sessão, é apenas uma informação da Verdade que se confronta em você, em suas zonas de resistência.

Não veja a resistência como um material estranho, por exemplo, mas não veja, tampouco, como se lhe pertencesse; situe-se no meio.

Aí está sua Liberdade, a verdadeira.

Não aquela de restabelecer a saúde de um corpo, a realidade do Espírito é bem mais primordial e importante do que qualquer cura que seja.

Deixe produzir-se o que se produz; não porte sua atenção sem negligenciar, contudo, o que é demandado por esse corpo, no corpo.

Mas porte sua atenção na Eternidade, ancore-se na Eternidade.

A ancoragem de seus rins, então, não terá mais qualquer sentido, porque os rins são a memória, é a hereditariedade, é o que o prende a esse mundo, o que o prende a essa encarnação e impede-o de viver a Liberdade na encarnação.

… Silêncio…

Seguinte.

Questão: o fogo do Satsang tem um papel na consciência e, se sim, qual?

Aquele de informar o meio do coração, fazê-lo ressoar em sua eternidade e não mais no efêmero.

O coração eterno está bem além do coração ascensional ou do que vocês nomearam a Coroa radiante do Coração ou, ainda, o Fogo do coração.

O que eu lhe falo poderia ser assimilado, em suas palavras, ao Fogo do Espírito, assimilável, também, ao que o Comandante dos Anciões havia nomeado o planeta-grelha.

Deixe-se grelhar, e você encontrará a felicidade tão procurada, na consciência, no Espírito, na a-consciência e, também, nesse corpo, o que quer que ele diga e o que quer que ele manifeste.

Aí está a cura.

Todo o resto seria apenas paliativo e transitório.

Porque, quando uma função do corpo desaparece, é preciso, efetivamente, estar consciente de que todo esse corpo desaparecerá, em um dado momento ou em outro.

Partindo daí, ele pertence efetivamente, ao efêmero.

É nesse sentido que eu o havia nomeado de saco de carne, mas, também, um Templo, sagrado.

Nada controle, relaxe, e tudo irá para o melhor.

Trata-se de colocar suas prioridades.

… Silêncio…


Questão: a noção do Si, mesmo se ele pareça vivido por momentos, continua vaga.

Continua Bidi (6)






Post. e Formatação
http://semeadorestrelas.blogspot.com


Tradução e Divulgação

Célia G.


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