"O Silêncio substitui, de maneira formal, a ação/reação pela Ação de Graça".
Eu sou Hildegarde de Bingen.
Por Cassandr
23 novembro 2014
Irmãos e Irmãs em Cristo, comunguemos...
Eu venho a vocês, neste dia, trazendo a vibração do Fogo e do Triângulo do Fogo.
Eu venho falar-lhes das virtudes do Silêncio e permitam-me declamar o que é o Silêncio.
O Silêncio de que falo não é o silêncio exterior, mas o Silêncio interior.
Esse Silêncio no qual não existem nem visões, nem nada mais que possa desviar-nos, por si só, do Silêncio.
O Silêncio é vacuidade; o Silêncio é evidência; o Silêncio é o lugar no qual pode eclodir a Verdade.
Então, é claro, o silêncio exterior nada é para obter o Silêncio interior.
Fazer cessar os barulhos externos não basta para estabelecer o Silêncio.
Estabelecer o Silêncio é estar vazio de pensamentos, vazio de desejos, vazio de emoções, vazio de história e vazio de qualquer antecipação.
Esse Silêncio interior é o silêncio da alma em curso de dissolução, em curso de desaparecimento.
O Silêncio, que aparece como vazio para a pessoa, é Plenitude para Cristo.
O Silêncio é, de algum modo, o que permite ouvir o canto do Coração, que não é outro que não o canto do êxtase ao qual eu os convido, através do que eu mesma recebi há muito tempo, em minha encarnação.
No Silêncio revela-se a Música das esferas e o Coro dos Anjos; no silêncio a esse mundo, no silêncio de reivindicação a esse mundo encontra-se a Paz.
O Silêncio é evidência e paz.
O Silêncio é paciência e resignação.
O Silêncio é o âmbito atemporal do que é sempre, de toda a Eternidade.
O Silêncio é como a superfície da água de um lago que é penetrado pela luz e os raios do Sol, sem fazer ondas, sem fazer barulho e sem reagir.
O Silêncio é esse momento que prepara a passagem do efêmero à Eternidade.
Ver claramente, quer seja com a visão do Coração ou a visão dos olhos de carne, não faz diferença alguma.
Para ver claramente, é preciso que haja Silêncio, ou seja, o que é visto, o que quer que seja visto, não pode ser, de maneira alguma, perturbado por qualquer manifestação que seja, por qualquer interpelação que seja e qualquer projeção que seja.
O Silêncio estabelece a Paz, e é uma necessidade, no momento de toda mudança, de toda transformação e de toda transcendência.
O Silêncio está fora do tempo, e não pode ser encontrado no tempo comum de sua vida, mas, bem mais, quaisquer que sejam suas atividades nesse mundo, o instante em que isso se faz sem sua intervenção e sem sua participação.
O Silêncio é o esposo da Graça.
O Silêncio é o canto do Amor.
O Silêncio é a plenitude de sua Presença, ampliada por sua própria ausência.
O Silêncio é a antecâmara, também, da Criação, a fonte da emergência do curso de Vida e do Amor.
O Silêncio é um canto silencioso, um canto que não faz barulho, mas um canto que põe em ressonância e em acordo todo princípio de dualidade.
O Silêncio permite, também, não interferir, por qualquer componente que seja, do que vocês são nesse mundo sobre o que vocês são, em Verdade.
O Silêncio acompanha a Paz, o Contentamento e o Amor.
O Silêncio aparece a partir do instante em que sua pequenez e sua ignorância nesse mundo sejam, realmente, vividas e compreendidas, tanto com o intelecto como com a vivência do Coração.
O Silêncio é o reino da pureza e da transparência porque, quando há Silêncio, nada pode ser parado, nada pode ser modificado e tudo é perfeito.
Estar no Silêncio assinala, em você, de maneira indelével, o fim de toda busca, como de toda esperança, porque não há o que esperar no que já está presente, há apenas que vivê-lo.
O Silêncio não porta qualquer olhar nem qualquer julgamento nesse mundo, mas permite impregnar-se dos mundos da Verdade.
É nos espaços de meus Silêncios porque, mesmo para mim, a oração fervorosa é, antes de tudo, um Silêncio, antes de ser um pedido, e é nesse Silêncio, nesse estado de ignorância, nesse estado no qual eu me dissolvi em meu esposo bem amado, que o Conhecimento autêntico pode fluir como livro aberto, sem esforço, sem reflexão e sem alteração.
O Silêncio é o tempo no qual se realiza a alquimia sublime da Obra no Branco, que os conduz a essa brancura imaculada, na qual toda diferenciação está ausente, porque o Amor é a única coisa de visível e que está por trás de todo o resto.
O Silêncio conduz ao êxtase e, depois, o Silêncio conduz ao íntase e, em seguida, o Silêncio os conduz à sua Existência, à sua Eternidade.
O Silêncio é a ausência de reação ao que é vivido nesse corpo.
O Silêncio é uma união de liberdade com a Liberdade.
O Silêncio no interior, procurado em primeiro lugar, isola-os, inteiramente, do barulho exterior e coloca-os em contato com o íntimo da Vida e a essência da Vida.
O Silêncio revela a Graça.
O Silêncio os faz passar do êxtase ao íntase, do íntase ao casamento e do casamento ao desaparecimento na ilusão.
O Silêncio torna você presente a si mesmo e, sobretudo, presente a Ele.
O Silêncio é viver sem história, sem passado e sem futuro.
O Silêncio concorre para fazê-lo descobrir a eternidade do instante presente.
O Silêncio pacifica o Coração, se ele estava agitado, o Silêncio encontra a voz do Coração.
O Silêncio permite, enfim, ao Amor verdadeiro, não, unicamente, fluir de você, mas ser você.
O Silêncio é o atributo da Morada de Paz Suprema.
O Silêncio é a marca da Compaixão, do Amor verdadeiro, da Comunhão e da Fusão autênticas.
O Silêncio não é, unicamente, a oposição ao barulho, em um âmbito de dualidade.
O Silêncio é o representante da Unidade em ação, em sua Presença e em seu Ser.
O Silêncio é Alegria.
O Silêncio é relação direta entre os diferentes componentes, ao mesmo tempo, desse mundo e fora desse mundo, que os compõem.
O Silêncio regula-se por si só, tanto a carne como a energia da carne, como a energia de seus planos sutis.
O Silêncio é um bálsamo quando o coração sofre.
Nós, humanos, temos tendência a considerar que exprimir o sofrimento escoa-o, não é nada disso.
A expressão reforça o sofrimento, o Silêncio digere e transmuta o sofrimento.
No Silêncio não há lugar para qualquer fogo, a não ser a resistência da alma ou do corpo.
Quando o Silêncio está aí, há Paz e há, também, concordância entre a Existência e o corpo de carne.
O Silêncio é florescimento, revelação da verdade, vista em todas as suas facetas, na mesma Verdade.
O Silêncio é a dinâmica do Espírito.
O Silêncio permite ao Espírito Santo ancorar-se no mais profundo de sua carne, e ao seu Ser emergir, nessa perfeição.
O Silêncio é a prova de que você parou de girar em círculos nas vicissitudes desse mundo.
O Silêncio é, portanto, evidência da Unidade, mas esse silêncio, eu repito, não é o silêncio das palavras, mas, sim, o Silêncio interior, no qual nenhuma ideia, nenhum pensamento, nenhum elemento pertencente ao conhecido pode tocar ou emergir da consciência.
O Silêncio é, portanto, consciência pura.
O Silêncio é Felicidade.
O Silêncio é o lugar no qual se tem a nova Trindade.
Estar em Silêncio concorre para sua aproximação do não Ser, do Absoluto, do Grande Todo.
É do Silêncio que se elabora toda Criação, toda recriação e toda transformação.
O Silêncio substitui, de maneira formal, a ação/reação pela Ação de Graça.
O Silêncio põe em evidência o que, no interior de seu ser efêmero, pode destacar, iluminar o que pode estar escondido em uma história, em um sofrimento, qualquer que seja.
O Silêncio é o ponto de equilíbrio entre o efêmero e o Eterno; ele concorre, portanto, para esse ponto de equilíbrio, na passagem.
O Silêncio é aquiescência à Verdade, aquiescência à Eternidade e desaparecimento de toda dualidade.
O Silêncio é, de algum modo, o Amor em ação e em manifestação nesse mundo, aí, onde você colocou os pés.
O Silêncio cresce, em vocês, progressivamente e à medida que vocês se apagam como pessoa e aparecem como soberano integral reunificado na Verdade do Ser, de sua dimensão de Filho Ardente do Sol.
O Silêncio é desvendamento da Pureza do Amor e da essencialidade do Amor.
Estar em Silêncio é, também, olhar-se a si mesmo, não na algazarra do que você dá a ver ao mundo, em suas aparências, funções e papéis, mas, bem mais, o Ser que você é quando está despojado ou você despojou a si mesmo de tudo isso.
Ninguém pode penetrar o Reino dos Céus, disse Ki-Ris-Ti se não volta a tornar-se como uma criança.
A criança vive a espontaneidade, tanto da exuberância como do silêncio, por sua posição de criança.
Se você faz calar, apenas o tempo de uma respiração, todos os barulhos interiores, então, revela-se, inteiramente, a magnificência do contentamento de Amor, do êxtase e do íntase e da união mística.
Essa união mística que é o mistério dos mistérios, que permite viver como o Um torna-se Dois e como o Dois torna-se Um.
O Silêncio é o ritmo de seu coração, que alterna dois tempos para mostrar apenas um tempo.
O Silêncio é respiração, respiração do ritmo da Vida.
O Silêncio, você é meu refúgio de paz.
O Silêncio, você é a certeza do que eu sou.
O Silêncio é a evidência do Amor.
O Silêncio, você é o guardião de meus males e o guardião de meus erros, porque no Silêncio tudo é visto: o Ser que você é como todos os jogos na superfície desse mundo.
O Silêncio é, portanto, a evidência da Paz, a evidência do Amor, a evidência da União e a evidência da Liberdade.
Você pode estar no Silêncio mesmo falando, mesmo cantando, a partir do instante em que ele é espontâneo, a partir do instante em que as esferas da Criação exprimem-se, mesmo nesse mundo.
Qualquer que seja a arte ou a técnica, ela é ampliada pelo Silêncio.
Estar no Silêncio interior é desaparecer para o Si, desaparecer para o ego e aparecer na majestade de Cristo.
O Silêncio é o contrário da agitação e da exuberância.
O Silêncio permite colocar os atos e ampliar o que você faz, se você o faz nesse Silêncio.
O Silêncio é, enfim, Liberdade; Liberdade de criação, Liberdade de conhecimento direto.
O Silêncio é Liberdade total porque ele nos levará, sempre, à evidência do Coração, evidência do Coração que vem fazer calar as veleidades de dualidade, as veleidades do que é limitado e que não quer desaparecer.
O Silêncio é a arma a mais perfeita do Amor, porque o Silêncio faz render as armas a toda resistência e a toda contradição.
O Silêncio concorre para a Verdade porque a Verdade apenas pode exprimir-se quando há Silêncio.
O Silêncio é, também, a antecâmara da dissolução do efêmero, do desaparecimento da alma e da revelação do Espírito e do conjunto da consciência que os constitui, no conjunto de planos e dimensões.
O Silêncio torna fácil o que aparece como difícil.
Então, a questão que você deve colocar-se a si mesmo e a ninguém mais: você está no Silêncio, qualquer que seja o barulho do mundo, quaisquer que sejam as contradições desse mundo e quaisquer que sejam suas próprias contradições?
O Silêncio é, também, a evidência de sua própria correção.
Estar no Silêncio, viver o Silêncio interior é mostrar e demonstrar-se, a si mesmo, sua aptidão ao Abandono, sua aptidão à própria passagem, aquela da Porta Estreita, como aquela do que vocês nomeiam a morte.
O Silêncio é capitulação do ego e do que é limitado, porque o Silêncio cria as condições de todos os possíveis.
O Silêncio permite-lhe, enfim, estar em acordo com sua própria vida e seu desenvolvimento.
O Silêncio permite fazer cessar, justamente, a interrogação sobre o futuro porque, no Silêncio, ele já veio e não deixa mais lugar para qualquer outra possibilidade que não aquela que é a sua.
O Silêncio permite, enfim, tanto à Luz quanto à vitalidade, circular livremente no espaço do Templo interior como no espaço de toda carne que os compõe.
O Silêncio é, enfim, a cura e a restauração da felicidade.
Então, minhas Irmãs e meus Irmãos, permaneçamos juntos nesse Silêncio interior que eu acompanharei com o Silêncio de minhas palavras, para que a presença seja nua e inteira.
Agora.
No Silêncio interior, a Luz Branca é onipresente, ela preenche tudo e preenche vocês da evidência de quem vocês são.
No Silêncio no qual emerge a Luz Branca que preenche tudo, dissolvem-se todos os contrários e todos os opostos na mesma Felicidade de Cristo.
Assim, nesse Silêncio e nessa brancura, eu permaneço com vocês.
Assim, nesse Silêncio, o Fogo do Amor pode abrasar o Espírito, que é, ele próprio, Fogo de abrasamento.
Mas esse Fogo não morre e não queima, ele é como um leite ou um mel que apazigua o que deve sê-lo.
Até logo, eu sou
Hildegarde de Bingen.
Post. e Formatação
Semeador de Estrelas
http://semeadorestrelas.blogspot.com
Célia G.
Leituras Para os Filhos da Luz
Transmitido por
Cassandra do Brazil
Fonte: http://www.lecollectifdelun.com/t3290-HILDEGARDE-DE-BINGEN-23-novembre-2014.htm
Boa noite Semeador,
ResponderExcluirEssa mulher foi e sempre será absolutamente fantástica!Sua música incrível, de uma sonoridade única e toda a sua sabedoria das esferas superiores,fazem dela uma grande Mestra espiritual.Quem ainda não conhece sua história e sua música ,não sabe o que está perdendo...uma mulher á frente de seu tempo,com certeza.Esse post vem afirmar isso de uma forma esmagadora.Simplesmente divino.Meus parabéns!Abraços