13/12/2017

BIDI - O AMOR VERDADEIRO - Parte 1C

"O Amor não pode ser agarrado, pois se 
estagna é alterado". 

"Ele apenas pode ser tocado, experimentado, 
estabilizado, e ser vivido de forma 
permanente, no silêncio". 

"O Amor verdadeiro não é nem uma projeção,
 nem uma posse, nem um relacionamento,
 de casal, de família".

BIDI
(Continuação da parte 1B)

Perguntas/Respostas

Questão de I. D- L. não tenho perguntas mas tem alguma coisa a me dizer ?

Tu vivenciaste e descobriste, em menos de um ano, pela tua sensibilidade à energia, às emoções, ao mental, e também à tua sensibilidade física, descobriste um novo estado de ser. 

Sabes de forma incontestável que este é verdadeiro mesmo que ainda não vejas todas as suas facetas. 

Só te resta, para viveres todas as facetas e a Unidade, seres um pouco menos ganancioso, neste sentido não é um termo pejorativo. 

Essa avidez a que me refiro, é a necessidade, não de acumular riquezas mas de acumular experiências, pois efetivamente, no teu caso, as experiências que vivenciaste, através da tua sensibilidade, dirigem-te para o coração, que já atingiste.

Precisas simplesmente de ser, aí também, um pouco menos o ator e um pouco mais o espectador .

 Ou seja, ir mais além dessa avidez, que mais uma vez digo que não é pejorativa, ir indo cada vez mais com menos avidez e mais silêncio, quer dizer, aceitar deixar-se atravessar pelos sentidos, pela energia, pela consciência, sem querer reter nada. 

Deixa passar o que passa, não te fixes em nada, pois ao reter, fixas, e fechas a porta, novamente, ao Desconhecido. 

No entanto, o essencial é que já conheces a Verdade.

 Ela está presente, não precisas de a agarrar, deixa-a viver normalmente.

... Silêncio ...

Estou a escutar.

Questão de N. : numa noite, depois da afirmação “ Eu sou Paz, Amor, Luz “ , percebi o quanto o Amor é o essencial. Pode falar sobre o Amor?

Falar de Amor? 

Vai ver um poeta.

 O Amor descrito deixa de ser o Amor, já foi adaptado a esse mundo. 

O Amor verdadeiro é o silêncio, porque a partir do momento em que é descrito em palavras, mesmo pelo Verbo, de alguma maneira o Amor já foi traído.

 O Amor nunca precisa de palavras, ele é. 

Assim, falar de Amor já é disfarçá-lo.

 É claro, pode falar-se de vibrações, do coração, das Coroas, dos canais de energia, que são os testemunhos do Amor. 

Mas o Amor é indescritível

É o momento em que vocês se reencontram, é o momento em que não é preciso projetar esse Amor numa forma, num conceito, na adesão a uma ideia, é um fogo inextinguível que arde em permanência sem nada consumir. 

Isso é chamado entre vocês, creio, a consumação do Amor, tal com algumas Estrelas o descreveram.

Mas se eu falar de Amor, faço-te sair do Amor. 

O Amor não é uma palavra, a não ser para os poetas, para os músicos, para os artistas, para os escritores, mas esse amor vem desse mundo. 

O Amor verdadeiro, que vocês chamam “incondicionado” , relacionado com o Fogo Ígneo, o Amor é o Fogo Ígneo, essa queimadura de Amor que não queima a vossa pessoa, mas que vos abrasa em chamas. 

O seu testemunho é a Luz, não a da cabeça mas a Luz chamada vibral. 

O Amor é sem fim, sem limite, sem início e sem forma.

O Espírito, tal como o Absoluto, tal como a Infinita Presença, são o testemunho direto desse Amor verdadeiro. 

Ele apenas pode ser tocado, experimentado, estabilizado, e ser vivido de forma permanente, no silêncio. 

O Amor não pode ser agarrado, pois se estagna é alterado. 

O Amor que é descrito deixa de ser incondicionado e ainda menos incondicional. 

Noutras línguas diferentes da vossa, há várias palavras para o amor. 

Há o amor comum, o fato de amar, que é sempre uma projeção mesmo em relação ao ser amado.

 O Amor incondicionado e incondicional não é uma projeção, é um estado, o verdadeiro estado.

... Silêncio ...

Em geral, nós o nomeamos, vocês o nomeiam em todas as línguas “amor", mas em geral, esse amor apenas pode ser identificado com o que vocês conhecem sobre o amor, através dos laços afetivos, primeiro com a mãe, que vos alimenta, depois com o ser amado, com os filhos, com a vossa profissão. 

O Amor verdadeiro não pode ser definido como qualquer um desses amores, ele é anterior a isso.

 O Amor traduz-se para vocês, quando ele é incondicionado, pela beatitude, pela felicidade, Shantinilaya como nós dizemos, nós os Orientais.

... Silêncio ...

Então posso dizer sem qualquer trocadilho, que amar não é o Amor, nesse mundo, porque o que vocês amam, mesmo o ser amado, mesmo os vossos filhos, não o podeis conceber senão como sendo vosso, o vosso amado, o vosso filho. 

O Amor não conhece a pessoa, não conhece a posse, ele é livre. 

O seu único testemunho, no limite podemos dizer, é a beatitude, são os êxtases, tais como Ma Ananda os viveu, que se podem ver ainda hoje através das fotografias.

 É isso, o Amor. 

Tudo o resto não é senão fragmentação, desvio, e no entanto felizmente que existe, porque não poderia haver a menor experiência de consciência se não houvesse Amor, se não houvesse o facto de amar, em seu oposto, neste mundo.

Além disso, vocês dizem, na vossa linguagem, "fazer amor"

Mas vocês não podem fazer o que já são. 

Podem ver como as palavras traem a mensagem. 

Vocês não podem fazer o que já são.

 Então, noutras línguas, há outras expressões que são da mesma natureza. 

Por exemplo, na expressão “ficar enamorado”, não se pode ficar enamorado, é a mesma coisa que para “fazer amor “. 

Ficar enamorado, é cair em, é ficar pesado. 

Ser Amor é ficar leve.

Vocês consideram sempre o amor como algo exterior, os filhos, a ocupação, a profissão, os amigos, a sexualidade. 

Mas enquanto vocês não tiverem feito Amor com vocês mesmos, e não me refiro aqui a masturbação, é claro, fazer Amor consigo mesmo é ser Amor, é a beatitude, é a felicidade, é o olhar das irmãs Estrelas quando o vivenciaram. 

É um êxtase que se basta a si mesmo. 

Ora, enquanto vocês não tiverem feito Amor convosco mesmos, como quereis amar de forma incondicionada e incondicional, se não sabeis o que isso é?

 A melhor aproximação é o Fogo Ígneo, a Coroa ascensional do vosso coração, assim como a Onda de Vida com os seus formigamentos de êxtase, ou ainda as Teofanias com Maria.

O Amor verdadeiro não é nem uma projeção, nem uma posse, nem um relacionamento, de casal, de família.

O que se poderia aproximar mais, neste mundo ilusório, é o amor maternal, na condição desse amor maternal não ser exclusivo, possessivo ou predador – pois o Amor torna livre. 

Se vocês amam alguém e esse amado se sente preso, isso não é Amor, quaisquer que sejam as palavras que vocês expressam. 

O Amor torna sempre livre, liberta o outro interiormente.

Outra. 

Questão de C.: Não tenho nenhuma pergunta mas tem alguma coisa para me dizer?

... Silêncio ...

Esquece-te a ti mesmo, põe férias de ti e sê livre. 

A única coisa a que te deves agarrar firmemente, deixando todo o resto, é o teu coração.

 Quando digo "agarrar" não quero dizer controlar, mas quero dizer ficar no coração, não em conceito, não em comportamento, mas na verdade.

 A vibração que tu vives, onde quer que se situe, é um incentivo.

 Seria preferível, a partir de agora, deixar ir tudo o que vives, a nada se apegar, colocar-te a nu, a fim de poderes amar-te, não enquanto uma pessoa de tal idade, de tal vida, mas amar o Desconhecido, o que chamei o “Irreal", que é a única realidade.

... Silêncio ...

Quando digo “põe férias de ti “, isso é equivalente, em certa medida, ao que chamei para outra irmã “fazer silêncio". 

Pôr fim também à avidez, não a avidez material mas a uma forma de avidez espiritual que põe uma distância. 

Sê mais espontânea e menos reflexiva. 

A reflexão é útil para as ocupações desse mundo, aí ainda é mesmo indispensável, mas esquece isso a partir do momento em que se refere ao que tu és.

... Silêncio ...

Outra pergunta.

Questão de J.: O que poderá dizer-me?

... Silêncio ...

A ti é oferecido, na cena de teatro, ser livre, quer dizer, não depender da matéria, quer dizer, da casa, da mãe, da esposa, e de tudo o que está ligado a essa noção de segurança.

 Não para te privar da segurança, mas para te fazer viver o que vocês chamaram, eu creio, o Feminino Sagrado.

 E podes aliás ver, no teu caminho, na tua vida, o que não podes de momento nomear, mas o teu lado observador faz-te ver que muitas coisas vão mudando, sem que seja pela tua vontade.

 E eu digo bravo, aí está a Verdade. 

As circunstâncias da tua vida, o que quer que possas julgar a partir da tua pessoa, apenas são as condições ideais para ti, de momento, para viver a tua completude e a tua eternidade.

... Silêncio ...

Creio que há uma expressão que diz : “ Há males que vêm para bem “.

... Silêncio ...

Outra pergunta.

Questão de F. D.: O que pode dizer-me?

... Silêncio ...

Tenta observar-te. 

A tua experiência do agora é sempre colorida pela experiência anterior. 

Isso não quer dizer que tu não és espontânea, mas que te falta ainda mais espontaneidade e liberdade. 

Aí também, poderia dizer : "Silêncio" . 

Vive o momento livremente, não precisas agarrar-te a uma lógica, a um passado, a um futuro. 

Isso não quer dizer que o fazes voluntariamente, mas que é um automatismo, provavelmente relacionado com a tua profissão, e com o que sempre fizeste ao longo da vida.

 Vocês sabem que os hábitos apanham-se muito facilmente, todos os hábitos, porque os hábitos correspondem a uma cessação do medo, vocês entram num terreno conhecido.

 Não há nada pior do que o hábito porque vos bloqueia, vos endurece, vos escleroseia.

 É preciso que vocês se tornem novos e virgens para o que é preciso viver no momento sem que isso seja colorido de outra coisa mais do que esse instante.

Ser você mesmo, ser verdadeiro, ser espontâneo, ser autónomo, é a Via da Infância. 

É ficar totalmente imerso no instante presente, mesmo na Ilusão desse mundo, mas não na expectativa de jogar, de reagir, de se mexer.

É um ato de benevolência para consigo mesmo. 

E se for gentil consigo mesma, esse saco de comida irá funcionar de forma mais livre.

 O Amor, tal como o Agora, não precisam de regras, não precisam de moralidade, não precisam de técnicas, nem mesmo de preparação.

 Vê isso, observa isso, e deixa ir.

Podeis ver através do que disse, a alguns de vocês, à maioria de vocês, é muito simples.

 É a pessoa e o personagem que complicam tudo. 

O corolário é: se não é simples, então não é verdadeiro.

 O Amor é, sempre foi e será sempre simples. 

Então, é claro, quando falei entre vocês ou quando estava incarnado, fui obrigado a tomar algumas referências, o menos possível, dentro do que conheciam os meus interlocutores.

 Agora faço o mesmo.

Outra pergunta.

Questão de M-M.: há cerca de três semanas depois de ter vivido na vossa presença a Liberação, vivenciei, durante uma tarde inteira, a Alegria. Era insuportável. O que se passou?

Continua - Parte 1D -






Post. e Formatação
http://semeadorestrelas.blogspot.com

Tradução do Francês:
Maria Beatriz Pires

Origem francesa –
Recebida do site

Les Transformations



Áudio da Leitura da Mensagem 
em Português - por Noemia 

Clique aqui para fazer o download do áudio 

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