Satsang Setembro de 2015
"Cristo dizia: «Foi sua fé que o salvou».
"Mas qual fé"?
"Não em um salvador exterior".
Bem, Bidi está com vocês.
Bidi por:
Bidi
Questão: eu fiz, em duas reprises, o protocolo da atribuição vibral. A cada vez eu vi triângulos alinhados ao infinito.
O que é isso?
Eu penso que é feita referência ao que apresentou o Comandante dos Melquisedeques, que permite situá-los além dos próprios reencontros dos seres de Luz que ele representa.
Alguns de vocês ou nada viram, nada perceberam, nada experimentaram, isso quer dizer que vocês não são concernidos por qualquer desses jogos.
O que você descreve prova, simplesmente, que, quando dessa experiência, você superou, amplamente, o plano dos Anciões e contatou dimensões além de toda forma, de toda entidade.
Mesmo se isso represente algumas entidades, que nada têm a ver com os jogos da consciência, mas, bem mais, os suportes da consciência, como o são seus triângulos elementares, como o é seu coração ou seu corpo de existência, na totalidade.
Aí o que eu posso dizer disso.
… Silêncio…
Seguinte.
Questão: uma irmã que havia transmitido uma solicitação esclareceu-me que eu havia alterado o sentido dela.
De fato, ela deseja que você a ajude em sua saúde em geral, seus estudos e todos os seus exames, em geral.
Ela me toma por Deus, o Pai?
Ela se engana.
Eu não sou um salvador e não o seria, jamais.
Que ela se volte para ela mesma.
É, certamente, uma pessoa que procura, sempre, o apoio ou o acordo no exterior dela mesma, devido a uma fragilidade.
Como, aliás, ela o percebe em seu ventre e em sua pele.
Que ela se volte para ela.
Que ela se dê conta de sua dependência às circunstâncias exteriores.
Eu não sou nem um curador nem um salvador.
Eu faço apenas remetê-la a ela mesma.
Não para negligenciar seu pedido, mas, justamente, para responder à sua demanda, além das palavras que ela pronuncia.
O que ela procura mascarar-se para ela mesma?
Certamente, a idade e a experiência podem ser insuficientes.
Mas aqueles que sofrem ou aquelas que sofrem disso devem, o mais rapidamente possível, encontrar sua própria fonte interior, porque, caso contrário, eles se criam uma vida de dependência e de ausência de liberdade.
Ora, eu não quero privá-la de sua liberdade.
Eu não posso privar ninguém de liberdade.
Eu posso apenas remetê-la a ela mesma, não para puni-la, mas, bem mais, para liberá-la dela mesma e de suas crenças.
Se ela não o vê agora, ela o verá, necessariamente.
O Amor não é, sempre, de responder a um pedido, mas de voltar a demanda, quando o ser tem a necessidade imperiosa, para sobreviver, de encontrar-se, qualquer que seja a idade e qualquer que seja a maturidade.
Existem suficientes egrégoras luminosas e não falsificadas que poderão ajudá-la em qualquer religião e em qualquer crença que seja.
Mas eu não estou aí para isso, eu não estou aí para mentir, eu não estou aí para pôr um gesso ou aportar uma ajuda exterior, mas eu estou aí para ajudá-los a rasgar seus véus, se vocês o aceitam.
Como você quer que essa pessoa descubra a autonomia, se ela não se ajuda a si mesma, transcendendo suas próprias insuficiências e seus próprios medos, e seus próprios limites?
Todas as soluções estão nela, como para todos e cada um.
Então, é claro, por vezes, é necessário ajudar, o que eu fiz da última vez.
Mas não se pode, tão rapidamente, saltar na oportunidade para pedir outra coisa, esse é o reflexo de uma incompreensão.
Eu nada condeno, mas eu faço ver claramente.
Como em todo caminho de vida ou em todo caminho que vocês nomeariam de espiritual, é o mesmo.
É claro que viver contatos com santos, vivos ou falecidos, é uma ajuda.
Mas a ajuda não quer dizer repousar nela.
Isso não quer dizer, tampouco, conhecer-se como pessoa, mas reconhecer-se como ser perfeito, quaisquer que sejam as circunstâncias desse corpo, qualquer que seja a maturidade, qualquer que seja a doença ou qualquer que seja a saúde.
É claro que é possível fazer desaparecer, instantaneamente, qualquer problema que seja, mas para que isso serviria se as coisas não se movessem, se houvesse, unicamente, uma cura?
O próprio Cristo dizia: «Foi sua fé que a salvou».
Mas qual fé?
Não em um salvador exterior.
Nela mesma, além das aparências da idade, das doenças, dos sofrimentos ou do que quer que seja.
Desde os tempos muito antigos, o homem, no sentido amplo, tomou por hábito crer que tudo vem do exterior, o que o priva do acesso ao seu ser interior.
E eu não falo, mesmo, de Absoluto, simplesmente, do Si.
O milagre pode ser quotidiano, mas para que serviria se o ser não encontra sua Liberdade e sua Autonomia?
Isso terá efeito a longo prazo, um efeito totalmente invertido.
Essa pessoa não pode vê-lo, de momento, mas ela o compreenderá, no momento em que ela decidir.
O verdadeiro milagre não é a melhoria de uma condição, de uma situação ou de um corpo, o verdadeiro milagre é descobrir-se a si mesmo.
E é a única verdade, e é a coisa a mais simples.
O grilhão das crenças, o grilhão da educação, o grilhão da família, o grilhão da profissão, o grilhão dos desejos, é preciso varrer tudo isso.
Isso não quer dizer renegá-lo e abandonar todas as coisas, mas, sim, ver claramente, ir além de tudo isso.
Aí está o que é preciso responder a ela.
É claro que, para o homem, é muito mais agradável ouvir palavras doces, ser recoberto por esse bálsamo, mas esse bálsamo esconderá, sempre, de você, a verdade.
É assim.
Enquanto você crê ser uma pessoa e, unicamente, uma pessoa.
Eu não disse para não ser ninguém, eu disse para ver que você é uma pessoa, mas, também, muito mais.
E que você é o todo.
Aceite-o, já, como postulado, quaisquer que sejam sua idade e sua maturidade, e você o viverá.
Eu vivi isso na carne, em três anos, e, isso, muito jovem.
É preciso aceitar soltar as crenças, as ideias todas feitas, os grilhões de que acabo de falar, pôr-se a nu.
Ver seu medo, ver seus próprios medos.
É preciso deixar eclodir o Amor, sem procurá-lo.
Qual Amor?
Aquele que não conhece ninguém nem objeto nem objetivo nem o que quer que seja.
É o Amor que eu qualificaria, pessoalmente, de intrínseco, que não depende de coisa alguma, de relação alguma, de circunstância alguma.
Ele está aí, presente, imediatamente.
Mas, para isso, é preciso desencarcerar-se de todo o resto.
… Silêncio…
Seguinte.
Questão: após uma leitura de Maharshi, eu senti grande fadiga, eu me pus na meditação e, após alguns minutos, uma palavra impôs-se à minha consciência: Antígona.
Essa palavra grega significa: «aquele que se opõe aos ascendentes e descendentes», à família próxima, portanto.
Eu nada compreendi.
Questão: essa palavra grega significa: «aquele que se opõe aos ascendentes e descendentes», portanto, à família próxima.
Eu continuo a nada compreender do que quer dizer essa frase.
Questão: aquele que se opõe aos pais e aos filhos...
De acordo.
Questão: … à família.
E então?
Questão: é, aliás, o caso, sem que essa situação seja de conflito.
Recentemente, no alto de um imóvel, de um lado ao outro de uma janela, estava escrito, em maiúsculas, à Esquerda, Anti e, à direita, gona.
O que fazer com isso, sabendo que o Si ou o Absoluto nada tem a ver com a noção de família?
Eu creio que será preciso reformular essa questão em outro momento.
Fora o elemento da co-criação consciente, eu não vejo qualquer ligação nem qualquer lógica.
Ela é, talvez, inerente à pessoa, mas eu nada posso responder, formulada assim.
Exceto ver a co-criação consciente e a sincronia da oitiva de uma palavra e vê-la, em seguida, escrita.
Em seguida, eu não entendo a ligação entre Maharshi e essa palavra.
Então deve ser reformulada diferentemente, na sequência do satsang.
Seguinte.
Questão: você poderia falar-nos da neutralidade?
Essa palavra possui várias acepções possíveis.
De qual neutralidade falamos?
No sentido espiritual, do espírito, a neutralidade corresponde, totalmente, ao acolhimento total, sem interferir, da Luz, mas da Vida, também, mesmo aqui embaixo.
A neutralidade é o estado no qual tudo é observado sem interferir na observação e, de maneira alguma, sem procurar apreender-se disso, sem procurar interpretar, sem procurar a emoção.
O observador está na neutralidade; caso contrário, não há observador, há ator.
A neutralidade desemboca na benevolência, no coração e no verdadeiro Conhecimento, que não passa por qualquer filtro.
Aí está o que eu posso dizer, no que concerne à aceitação dessa palavra, nesse sentido.
Mas, eu repito, eu não sei o que essa pessoa pergunta sobre a neutralidade, se não é o que eu respondi, porque, frequentemente, no sentido humano, a neutralidade é não comprometer-se.
Ser um observador é um engajamento preciso, que põe fim à ação/reação, para deixar exprimir-se, manifestar-se e desenrolar-se o tapete da Graça, tanto ao nível da ação de Graça como do estado de Graça.
A neutralidade perfeita pode desembocar, de maneira direta, em Shantinilaya, mas, no mínimo, ela conduz a ser um observador atento, sem julgamento, sem tomar partido do que se desenrola, verdadeiramente, para além dos véus de todas as ilusões, de todas as projeções, de todos os pensamentos e de todas as emoções.
Eu esclareço, enfim, que, nesse estado de neutralidade, é permitido deixar as energias, quaisquer que sejam, trabalharem no campo de sua consciência, no corpo, sem alterar o que quer que seja por uma vontade qualquer de apreender-se disso, de manipulá-lo, de transformá-lo ou de alterá-lo.
A neutralidade é uma forma de equilíbrio que conduz, aí também, à Morada de Paz Suprema e à Infinita Presença.
Seguinte.
Questão: quais são as características da Luz Escura?
A Luz Escura é o que é anterior a toda Criação, a toda manifestação da consciência e, mesmo, à Fonte.
É ela que está por trás dos mundos, que está por trás da manifestação, mas que não tem necessidade de nada mais do que ela mesma.
Aí está o Absoluto.
É a última Luz percebida antes da extinção da consciência, antes da extinção da Luz, para deixar o Amor, Príncipe primordial, aparecer.
É nossa Morada, de todos, a única que é eterna.
Uma vez que alguns de vocês tiverem esgotado as experiências, se é que decidam fazê-lo, então, essa será sua Morada de Eternidade possível, não há outra.
A Luz Negra não é a sombra, não é uma ausência de Luz, não é o negativo, embora, tanto para a pessoa como para o Si, no qual a pessoa está misturada, ela possa ser vista como algo de escuro.
Mas essas pessoas confundem o escuro e a Luz Negra.
A Luz Escura está na origem da manifestação; ela é, portanto, anterior a toda Criação ou manifestação da consciência.
Diz-se, frequentemente, nesse mundo, que não pode haver sombra sem luz, e luz sem sombra.
Isso é falso.
A Luz não tem necessidade da sombra, ela tem necessidade da Luz Escura para manifestar-se, mas confundir a Luz Escura com a sombra é um sinal de ego magistral, no sentido espiritual.
Apenas nesse mundo efêmero e confinado é que o princípio da sombra foi colocado como restrição da Luz, e dualismo.
A Luz Escura está além de toda noção de dualidade e, mesmo, de Unidade.
A Unidade do Si estabilizado é a Luz Branca.
Mas de onde vem a Luz Branca?
Vá à Fonte da Luz Branca e da Fonte, você ali encontrará o que você é, independentemente de qualquer consciência, de qualquer dimensão.
Questão seguinte.
Questão: é um testemunho.
Quando de sua contagem até dez, na primeira aceleração dos números emitidos, eu senti como que uma explosão ao nível do coração, como se algo explodisse ao redor do coração.
Em seguida, para sete ou oito, uma grande suavidade instalou-se até o fim.
Isso resulta da ruptura do pericárdio, do atravessar da Porta Ki‐Ris‐Ti, que desemboca na Infinita Presença e em todos os possíveis.
Para isso, efetivamente, nada seria preciso esperar para vivê-lo, do mesmo modo que quando eu intervim, diretamente, em seu coração.
É a mesma coisa.
Obrigado pelo testemunho.
… Silêncio…
Questão seguinte.
Questão: o Absoluto não está além do ser?
O Absoluto nada tem a ver com o ser, assim como ele nada tem a ver com o Si, mesmo se ele é vivido.
O Absoluto nada tem a ver com definições, nada tem a ver com a consciência, nada tem a ver com tudo o que faz apenas passar.
O ser é o Si, o corpo de Existência é o corpo de manifestação da consciência, em qualquer dimensão que seja.
O Absoluto não se embaraça com isso, uma vez que ele é todos os possíveis passados e a vir, e ele é a ausência de história, ao mesmo tempo.
Eu o lembro de que é o que permite à Luz aparecer.
… Silêncio…
Próxima questão.
Questão: na noite seguinte à morte de meu pai, eu tive um sonho: eu estava sentado, pernas cruzadas, à frente de meu guia da época; eu entrei nele e acordei, totalmente consciente.
Eu Haia vivido um estado de contentamento extraordinário, isso durou um longo momento.
Meu mental apropriou-se disso e tudo se dissolveu, lentamente.
Qual era esse estado.
Mas você mesmo definiu o estado: um êxtase, uma comunhão, um reencontro consigo mesmo, através daquele que você nomeia «guia».
É claro, a experiência é essencial, mas, como você constatou, e como é, frequentemente, o caso, a pessoa apropria-se disso, quer seja através de suas projeções de consciência, através do mental ou através, mesmo, da lembrança.
Você se junta, naquele momento, à linha do tempo e a experiência apaga-se, o estado não é estabilizado.
Até o momento em que você viver que não há nem guia, nem pessoa, nem história, e você reencontrará, naturalmente, esse estado.
A maior parte dos humanos, através de uma experiência transcendente, procura, a todo custo, fazê-lo reviver em seu mental e em sua memória.
É um erro; o tempo não existe, tanto para a consciência como para o Absoluto.
A experiência, qualquer que seja, aí também, deve ser atravessada sem pará-la, sem preocupar-se com seu desaparecimento ou com sua continuidade.
Aí também, convém ficar na neutralidade, de nada apropriar-se, nada parar, nada reter, seguir a corrente, não procurar reproduzir pela vontade, mas deixar estabelecer-se.
… Silêncio…
Questão: como acolher, hoje, aqueles que vêm para nós e que não vivem ou que recusam o processo de Liberação?
Semeador de Estrelas
http://semeadorestrelas.blogspot.com
25/10/15
Tradução e Divulgação
Célia G.
Leituras para os Filhos da Luz
Versão PDF: http://ahp.li/d/75a4daa5555d81ae30b1.pdf
Versão e-book: http://online.fliphtml5.com/lxtt/rghi/#p=1